domingo, 25 de maio de 2008

Lugar da Tua Ausência I



Sentei me calmamente na velha cadeira e olhei o mar.
Mas dessa vez sem o mesmo sentimento de impotência,
e sem o ódio que outrora me mantinha afastado.

As velhas memorias tomaram me o pensamento.
E dei por mim em recordações longínquas,
entre sorrisos, olhos castanhos e cabelos loiros.

Hummmm!
Atlântico...
Tu que tanto me deste e tiraste por vontade própria.
Atlântico...
Tanto juntas como separas sem que te peçam


Mas nesse dia não!
Nesse dia deixei o ódio e a revolta em casa.
Fui mais forte que eu próprio
e que todos os outros eus que deixei para trás.
Nesse dia olhei-o com um discreto e confiante sorriso.
Eu soube esperar!
Esperei e desesperei,
mas sobretudo soube esperar.
O tempo passou e sempre ali estive,
tal como a velha cadeira que la permaneceu
ano após ano...


Filipe Quintã (Ermesinde/Ericeira 2008)

Sem comentários:

Enviar um comentário