domingo, 25 de maio de 2008
Lugar da Tua Ausência I
Sentei me calmamente na velha cadeira e olhei o mar.
Mas dessa vez sem o mesmo sentimento de impotência,
e sem o ódio que outrora me mantinha afastado.
As velhas memorias tomaram me o pensamento.
E dei por mim em recordações longínquas,
entre sorrisos, olhos castanhos e cabelos loiros.
Hummmm!
Atlântico...
Tu que tanto me deste e tiraste por vontade própria.
Atlântico...
Tanto juntas como separas sem que te peçam
Mas nesse dia não!
Nesse dia deixei o ódio e a revolta em casa.
Fui mais forte que eu próprio
e que todos os outros eus que deixei para trás.
Nesse dia olhei-o com um discreto e confiante sorriso.
Eu soube esperar!
Esperei e desesperei,
mas sobretudo soube esperar.
O tempo passou e sempre ali estive,
tal como a velha cadeira que la permaneceu
ano após ano...
Filipe Quintã (Ermesinde/Ericeira 2008)
Etiquetas:
(FOTOGRAFIA DE NUNO PASSOS)
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Sonho: e o que te fazia doer?
Filipe Quintã: a ausencia da presença do sentimento.
Sonho: então quer dizer que já não existe ausência...
e que o sentimento já existe!
Filipe Quintã: não.
O que existe é a indiferença perante a ausência.
Acordo e volto a sentir me eu.
No estado em que começo a achar normal.
sinto me como um rissol frito em óleo demasiado quente.
quente por fora
e frio
por dentro.
Filipe Quintã (Ermesinde/Viseu 2008)
Etiquetas:
(Fotografia de António Fonseca Ribeiro)
sábado, 3 de maio de 2008
Manhã pesada e cambaleante
Passos curtos e arrastados
Porta entreaberta
Paredes duras
Mãos seguras.
E aí estás tu…
Onde te toquei pela ultima vez
Onde te deixei fora de ti
Onde te possuí
Húmida… deslumbrante.
Tu que me espezinhas,
E fazes tentar mais que as minhas capacidades permitem.
Tu que me fazes louco desinibido.
Tu que indirectamente me empurras ao chão e me acompanhas
Tu que nem desdenhas…
Mas quem és tu?
Quem és tu que sem a tua essência
Te tornas simples e vulgar?
Quem és tu que te tornas comum a todas as outras?
Essas outras que caem em bocas que não a minha.
Que se deitam nas de homens de todos os tipos e formas
Sem regras nem normas.
O que interessa é a essência.
Usada…
Possuída por uma vez
Ou aos poucos.
Por loucos e outros.
Sim…
És tu.
Pertence daqueles que te sabem levar.
Aos quais pregas partidas
Aos muitos que deixas de rastos.
Serei eu um dos loucos?
Serei eu a consumir-te
Ou tu a consumir me aos poucos?
És de todos e não és de ninguém.
Não tens vontade própria
mas é feita a tua vontade.
És de quem te compra.
És escrava
Não és senhora de ti
…
E ainda assim és “libre”
CUBA
Filipe Quintã in “escondido no fundo do copo” (Baião 2006)
Passos curtos e arrastados
Porta entreaberta
Paredes duras
Mãos seguras.
E aí estás tu…
Onde te toquei pela ultima vez
Onde te deixei fora de ti
Onde te possuí
Húmida… deslumbrante.
Tu que me espezinhas,
E fazes tentar mais que as minhas capacidades permitem.
Tu que me fazes louco desinibido.
Tu que indirectamente me empurras ao chão e me acompanhas
Tu que nem desdenhas…
Mas quem és tu?
Quem és tu que sem a tua essência
Te tornas simples e vulgar?
Quem és tu que te tornas comum a todas as outras?
Essas outras que caem em bocas que não a minha.
Que se deitam nas de homens de todos os tipos e formas
Sem regras nem normas.
O que interessa é a essência.
Usada…
Possuída por uma vez
Ou aos poucos.
Por loucos e outros.
Sim…
És tu.
Pertence daqueles que te sabem levar.
Aos quais pregas partidas
Aos muitos que deixas de rastos.
Serei eu um dos loucos?
Serei eu a consumir-te
Ou tu a consumir me aos poucos?
És de todos e não és de ninguém.
Não tens vontade própria
mas é feita a tua vontade.
És de quem te compra.
És escrava
Não és senhora de ti
…
E ainda assim és “libre”
CUBA
Filipe Quintã in “escondido no fundo do copo” (Baião 2006)
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